Um conflito entre estudantes determinou o regresso dos irmãos Vargas ao Rio Grande do Sul. Decidido a abraçar a carreira das armas, Getúlio sentou praça no 6o Batalhão de Infantaria, aquartelado em São Borja. Mais tarde matriculou-se na Escola Preparatória e de Tática, sediada na histórica cidade de Rio Pardo, de onde saiu para fazer parte do 25oBatalhão de Infantaria, na capital do Estado. Em 1903, quando freqüentava como ouvinte a Faculdade de Direito de Porto Alegre, o batalhão em que servia foi designado para transferir-se para a cidade de Corumbá, em Mato Grosso, a fim de guarnecer a fronteira com a Bolívia. Terminada a missão o referido batalhão regressou a Porto Alegre e Getúlio, que atingira o posto de sargento, desistiu da carreira militar. De 1903 a 1907, matriculado na Faculdade de Direito, coube-lhe a incumbência de proferir a saudação, em nome dos colegas, ao candidato à Presidência da República Dr. Afonso Pena, que em 1906, visitou o grande Estado sulino. No seu discurso notava-se a influência estilística de Euclides da Cunha. No ato de formatura, no ano seguinte, foi o orador da turma. De 1909 a 1913 cumpriu o mandato de deputado estadual, cargo que voltaria a exercer de 1917 a 1923. Neste último ano, eleito deputado federal, exerceu as funções de líder da bancada gaúcha. Conservou-se na Câmara dos Deputados até novembro de 1926 quando, atendendo a convite do Presidente Washington Luís Pereira de Sousa, foi nomeado Ministro da Fazenda, cargo que deixou um ano depois para candidatar-se ao Governo do Rio Grande do Sul. Facilmente eleito, tomou posse a 25 de janeiro de 1928. Em 1929 era escolhido pelos dirigentes da Aliança Liberal para disputar contra Júlio Prestes - Presidente de São Paulo - a Presidência da República. Inconformados com os resultados do pleito eleitoral, realizado a 1o de março de 1930, os aliancistas começaram a conspirar no sentido de promover a deposição de Washington Luís, fato que ocorreu a 24 de outubro de 1930 do referido ano. Instituiu-se uma Junta Governativa que, no dia 3 do mês seguinte, entregou a Getúlio Vargas a chefia do Governo Provisório, que se estenderia até a promulgação da nova Constituição da República e da eleição de Getúlio para Presidente, em 17 de julho de 1934, quando Getúlio Vargas passou a ser Presidente Constitucional do Brasil até 1937. Em 10 de novembro de 1937 foi dissolvido o Congresso Nacional e teve início o período intitulado Estado Novo, com a outorga de uma Carta Constitucional que vigoraria até a deposição de Getúlio Vargas, em 29 de outubro de 1945. Em 1941 um grupo de acadêmicos patrocinou a admissão de Getúlio Vargas na Academia Brasileira de Letras. A eleição foi tranqüila, mas o eleito só tomou posse, recebido pelo ministro Ataulfo de Paiva, em 29 de dezembro de 1943. A obra literária do Presidente compreendia apenas alguns discursos de natureza política, que vieram a ser reunidos, muitos sem autoria definida, em a Nova Política do Brasil. No seu discurso de posse na Academia Brasileira, Getúlio Vargas confessou honestamente suas limitações no campo de literatura. Eleito Presidente da República em 3 de outubro de 1950 pelo voto direto, voltou Getúlio Vargas a governar o país até o dia 24 de agosto de 1954, quando, diante da forte crise política reinante em todo o país, o Presidente suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro de revólver no coração. O homem que foi Presidente do Brasil por quase vinte anos: "saiu da vida para entrar na História". O Governo de Getúlio Vargas que aqui estudamos, de 1930 a 1945, não foi um período homogêneo e por isto pode ser dividido em quatro fases:
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O foco rebelde foi Porto Alegre, onde, no início da noite, todos os quartéis já haviam sido tomados por Aranha e pelo tenente-coronel Góis Monteiro, chefe militar do golpe. Vinte pessoas morreram. Em Minas Gerais, houve resistência do 12o Regimento e, em Belo Horizonte, os combates duraram cinco dias - até os soldados legalistas ficarem sem víveres. Na Paraíba, um erro de comunicação entre os rebeldes fez o movimento começar apenas na madrugada do dia 4, o que permitiu a articulação das forças do governo. Mas Juarez Távora logo tomou a Paraíba e, a seguir, a cidade de Recife, onde o povo saiu às ruas para saudá-lo. Os demais estados nordestinos - menos a Bahia - aderiram aos golpistas. No dia 5, quando as tropas gaúchas se puseram em marcha, logo conquistando Santa Catarina e Paraná, apenas São Paulo, Bahia e Pará se mantinham fiéis ao governo central. No Rio, a situação seguia indefinida. As tropas gaúchas, partindo de trem e a cavalo de Porto Alegre, não conseguiram conquistar Florianópolis (que só se renderia em 24 de outubro), mas logo tomaram Joinville e, a seguir, Góis Monteiro instalou o quartel-general dos rebeldes em Ponta Grossa (PR). Para lá - após o embarque apoteótico na estação ferroviária de Porto Alegre. Partiu Vargas, no dia 12. A chegada a Ponta Grossa, dia 17, também se transformou numa celebração. Mas a revolução ainda não estava ganha: em Itararé (SP), na fronteira com o Paraná, mais de 6 mil soldados legalistas, comandados por Pais de Andrade e com o apoio de aviões e quatro canhões, aguardavam a hora do choque contra os 8 mil rebeldes, que tinham 18 canhões. Andrade, aquartelado num penhasco à beira de um rio, recebera as ordens de "defender a cidade a todo o transe". Previa-se um terrível combate. No dia 24, porém, ao serem informados de que Washington Luís fora deposto, no Rio, os legalistas se renderam. Itararé entraria para a história como "a batalha que não aconteceu". Se tivesse ocorrido, a revolução provavelmente seria, ainda assim, vitoriosa - e o custo da conquista com certeza seria elevado o suficiente para mudar os rumos da história do Brasil. Informado da deposição do presidente, Vargas partiu de Ponta Grossa para São Paulo, aonde chegou no dia 29, precedido por 3 mil soldados gaúchos. Foi aclamado com tal entusiasmo que chegou a se assustar. Getúlio ficou apenas 24 horas em São Paulo - tempo suficiente para colocar um interventor no governo do estado, desagradando aos paulistas. Na madrugada do dia 30, pegou o trem que o levaria ao Rio de Janeiro e ao poder."(1) (1) - Eduardo Bueno. Brasil: Uma História – A Incrível Saga de um País. Editora Ática, |
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