A Avenida Central teve suas obras iniciadas em 1904, quando era Presidente da República Rodrigues Alves e Prefeito da cidade Francisco Pereira Passos, um ousado reformador capaz de abrir uma avenida que rasgasse todo o centro da cidade da Praça Mauá até a Avenida Beira Mar, com 33 metros de largura e 1.800 metros de comprimento, e que exigiu para sua abertura a demolição de 590 prédios velhos do centro da cidade, obra que ficou conhecida como bota-abaixo. Em vinte meses, Pereira Passos enfrentou preconceitos, desalojou milhares de pessoas, deslocou centenas de estabelecimentos comerciais, removeu escombros, loteou o terreno, fez instalações de esgoto, água, luz e eletricidade, nivelou, calçou, arborizou, numa obra que honrou quem a executou e quem a determinou. A Avenida era moderna no meio de uma região que não era moderna, deveria assim, exercer sobre as ruas do centro uma modernidade que iria aos poucos se integrando, seu projeto era mais do que uma reforma urbana, era um projeto de vida moderna. Ela deveria transformar o Rio de Janeiro em uma capital digna do século XX, fazendo com que o Brasil ingressasse no cenário internacional e mostrasse a importância que ele possuía dentro da América Latina. Sua inauguração ocorreu em 15 de novembro de 1905, seu calçamento era de pedras portuguesas e o canteiro central, que dividia a avenida em duas mãos era enfeitado por árvores de pau-brasil. Depois de sua inauguração passou a ser, e mantém-se até hoje como a principal artéria do coração financeiro da cidade, destronando a antiga Rua Direita e a Rua do Ouvidor, que perderam suas categorias de endereços, mais importante e mais elegante do Rio de Janeiro. O povo se entusiasmou com a iluminação elétrica que também foi inaugurada na cidade. No início de sua existência a Avenida era lugar de passeio da população. Logo depois de sua abertura inúmeros prédios de grande beleza arquitetônica foram surgindo ao longo da avenida, seguindo deliberações de Paulo de Frontim, que chefiava a comissão encarregada das construções, como por exemplo os ainda hoje existentes: Teatro Municipal do Rio de Janeiro; Biblioteca Nacional; Museu de Belas Artes; Câmara dos Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro e Cluve Naval. Seu principal arquiteto foi Morales de los Rios, herdeiro de Grandjean de Montigny. O primeiro prédio a ficar pronto na nova Avenida foi o da Tabacaria Londres, em 25 de março de 1905. Em 12 de fevereiro de 1912 a Avenida passou a chamar-se Avenida Rio Branco, em homenagem ao grande chanceler brasileiro falecido dois dias antes. Hoje restam poucos prédios da época de sua construção, pois a Avenida já passou por quatro estilos de arquitetura:
A imensa praça que se encontra ao final da Avenida Rio Branco, ornamentada por belos edifícios e palco de grandes acontecimentos, a Praça Marechal Floriano, ficou conhecida como Cinelândia. Coração da cidade, como sua principal artéria, ela teve papel importante na vida do Rio de Janeiro e de seus habitantes, nos momentos de glória nacional ou da cidade e de grandes emoções, no prazer e no sofrimento. Em todos os momentos de vibração do povo desta cidade, a Avenida tomou parte, saudando e glorificando as pessoas. |
![]() Vista do Convento da Ajuda, na época em que tiveram início as obras de abertura da Avenida. O Convento é uma amostra do Estilo Colonial existente antes da abertura da Avenida, ele ficava localizado onde hoje é a Cinelândia e foi derrubado em 1911. O prédio ao lado era o Conselho Municipal, em Estilo Manoelino, ficava onde hoje é a Câmara de Deputados. Foto de Augusto Malta copiada do livro "O Rio de Janeiro do Bota-Abaixo". |
![]() Vista do terreno onde foi construída a Escola Nacional de Belas Artes. Para as novas construções na área foi feita a primeira demolição do Morro do Castelo, que ainda pode ser visto. O restante do Morro só foi demolido em 1922 pelo Prefeito Carlos Sampaio. Foto de Augusto Malta copiada do livro "O Rio de Janeiro do Bota-Abaixo". |
![]() Vista da Avenida Central logo após sua abertura, tendo como destaque ainda em obras os prédios do Museu de Belas Artes e o Teatro Municipal. Ainda pode ser visto o Morro do Castelo e mais distante o Pão de Açúcar. |
![]() Sede do Clube de Engenharia no início do século. Foto publicada na revista do Clube de Engenharia em 1985, em comemoração aos 420 anos da cidade do Rio de Janeiro. |
![]() Cerimônia de Inauguração das obras para abrir a Avenida Central. Foto do livro "Rio de Janeiro - Uma viagem no Tempo" de Fernando da França Leite. |
![]() Trecho da Avenida Rio Branco na época em que foi inaugurada, foto de Augusto César Malta, pertencente ao arquivo do Museu da Imagem e do Som. |
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![]() As três fotos mostram o início da Avenida Rio Branco com a Praça Mauá recém restaurada em setembro de 2015, após a demolição do Viaduto da Perimetral. Na primeira pode se ver o prédio do Arsenal de Marinha, o Edifício Rio Branco 1 e prédios próximos do Mosteiro de São Bento, as outras duas mostram a Praça Mauá preparada para receber os Jogos Olímpicos - RIO 2016, com os Edifícios Rio Branco 1 e A Noite e a homenagem à CIDADE OLÍMPICA. |
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A primeira foto mostra a Avenida Rio Branco em toda a sua extensão, vendo-se ao final do eixo de visão o Monumento aos Mortos, |
![]() A foto acima mostra uma vista de prédios do início da Avenida Rio Branco tirada Praça em frente à entrada da Igreja de Nossa Senhora de Monserrate, a segunda do Edifício Avenida Rio Branco I tomada da ladeira de descida do Morro de São Bento, em frente |
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![]() As três fotos mostram o início da Avenida Rio Branco, junto com o prédio de A Noite. As duas primeiras têm a sua frente a Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck, mais conhecida como Elevado da Perimetral, hoje demolida. A terceira mostra uma vista da Avenida Rio Branco, tirada quando um navio deixava o Porto, mostrando o Edifício Avenida Rio Branco I em sua parte traseira, vendo-se também uma parte do Colégio São Bento e prédios à sua volta. |
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A primeira foto foi tirada da Praça Mauá, mostra os prédios do início da Avenida. A segunda foi tirada da calçada em frente ao Edifício |
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A primeira foto mostra ainda o prédio Avenida Rio Branco I. A segunda mostra um prédio remanescente da primeira geração de construções, construído entre 1904 e 1908, onde funcionava a sede da Companhia Docas de Santos e hoje funciona o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. A terceira mostra um detalhe da belíssima porta talhada em madeira, de estilo Neobarroco, localizada na entrada do prédio do IPHAN. |
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As três fotos mostram: a primeira a Avenida Rio Branco tirada da Praça Mauá, vendo-se o trecho entre a Praça e a Rua Visconde de Inhaúma |
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As fotos mostram: o Prédio do Banco do Brasil no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Avenida Presidente Vargas; o Edifício |
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As fotos mostram a sequência de altos prédios da Avenida, a primeira tirada da esquina da Rua Nilo Peçanha e a segunda da esquina |
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As fotos mostram: os prédios da esquina com a Rua Nilo Peçanha e Rua São José até a Rua Almirante Barroso, do lado esquerdo da |
O Edifício Avenida Central, que fica na esquina com a Rua Nilo Peçanha deu início à transformação espacial da Avenida Rio Branco. Durante muito tempo foi o edifício mais alto da Avenida, sua construção é dos anos 50 e já pertence à geração dos altos prédios construídos com a demolição de edifícios originais do Plano Pereira Passos, introduzindo o estilo arquitetônico "torre-sobre-placa", ou seja a torre construída sobre uma placa onde se localiza um centro comercial, neste caso de quatro pavimentos. O sistema em estrutura metálica que participa diretamente da definição da forma, dá o primeiro passo para uma alternativa diversa ao concreto armado, característico da Cultura Modernista do Brasil. No seu local inicialmente ficava o Edifício do Hotel Avenida, construído em 1910 e demolido em 1957, o antigo hotel tinha um ar Parisiense como era o Rio modernizado ao início do século 20, mesclando o estilo Neoclássico com o Ecletismo na arquitetura. No térreo do edifício do Hotel ficava a Estação de passagem dos bondes da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico, que se dirigiam à Zona Sul do Rio de Janeiro. No mesmo local, em frente aos bondes, ficava a famosa Galeria Cruzeiro, com muitos bares e restaurantes circundando o pavimento térreo do Hotel tanto para o Largo da Carioca como também para as ruas laterais. A galeria tinha o nome de "cruzeiro" devido ao fato de ter duas passagens ou galerias que se encontravam, em forma de cruz. A demolição do Hotel Avenida foi feita sob protestos de saudosistas, que não se conformavam de ver um ponto que já havia se tornado tradicional e tão ligado à vida das pessoas, deixar repentinamente de exstir, vindo abaixo. Em seu lugar surgiu um novo ícone, representando uma nova era e um novo estilo, agora menos voltado para o Europa e mais voltado para o estido norte-americano. Muitas pessoas que transitam pela Avenida, jamais imaginam, que o mesmo local, já foi palco de uma diferente construção e de um diferente estilo de vida, que tanto marcou o Rio de Janeiro da primeira metade do Século 20. Neste local foi construído pelo escritório de Henrique Mindlin, em estilo modernista, um dos primeiros edifícios no Brasil com estrutura metálica, o Edifício Avenida Central, que foi inaugurado em maio de 1961. |
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As fotos acima mostram o Edifício do Hotel Avenida. Ambas tiradas da Avenida Rio Branco a primeira após passar pelo edifício na esquina da Rua da Ajuda e a segunda em frente ao edifício na esquina da Rua Nilo Peçanha. |
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A primeira foto mostra o edifício ainda sendo construído, foi obtido no Facebook na página Fotos Antigas do Rio de Janeiro. As outras mostram o edifício em diferentes ângulos e datas ao longo do tempo, a última em 2017, depois da implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos - VLT. |
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![]() O Clube Naval, prédio remanescente dos originais, na |
![]() Vista do Clube Naval tendo ao lado o prédio do Teatro Municipal do Rio de Janeiro |
![]() Vista do prédio do Teatro Glauce Rocha na esquina da Rua da Ajuda. |
![]() Vista da Avenida Rio Branco na esquina da Rua da Ajuda, podendo se ver o Teatro Glauce Rocha. |
![]() A foto acima mostra o Edifício do Clube Militar na esquina da Rua Santa Luzia. As duas ao lado mostram o Obelisco que finaliza a Avenida Rio Branco, a primeira tem ao fundo o Museu de Arte Moderna e a segunda o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial no Bairro da Glória. |
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A duas primeiras foto acima mostram também o Obelisco que fica localizado no extremo da Avenida Rio Branco, junto da Avenida Beira-Mar, que foi o marco da Avenida Central, inaugurado em 14 de novembro de 1906, possui 18 metros de altura e 27 toneladas de granito extraído do Morro da Viúva. Tornou-se um símbolo da Capital na chamada República Velha. É uma obra de Eduardo de Sá, encomendada pela firma Januzzi & Irmão, para presentear a cidade, em comemoração da abertura da Avenida Central. Este Obelisco estabelece uma reta que se inicia na Praça Mauá e vai até o Obelisco e o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. A última foto mostra a Praça Manhatma Ghandi, localizada ao final da Avenida. |
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